O Índice de Basiléia é um importante indicador utilizado pelo Sistema Financeiro Nacional (SFN), que tem como objetivo medir a solvência de uma instituição financeira.
Desta forma, o Índice de Basiléia mede a relação entre os capitais próprios e os capitais de terceiros de uma instituição financeira.
Através desta proporção, é possível saber quanto o banco mantém em capitais próprios e quanto ele deve para outras pessoas e entidades.
Conhecer o Índice de Basiléia das instituições financeiras, é um fator importante para os investidores que desejam investir nos bancos com os menores níveis de riscos
Além de medir a saúde das instituições financeiras, o Índice de Basiléia contribui para equilibrar a economia
Neste artigo, eu vou explicar o que é Índice de Basiléia na prática, como calcular e vou listar o Índice de Basiléia dos maiores bancos da bolsa de valores
Ao final do artigo, você será capaz de fazer as análises por conta própria, para tomar a melhor decisão de investimento.
O que é Índice de Basiléia
De acordo com o Banco Central, o Índice de Basiléia é um conceito internacional definido pelo Comitê de Basiléia que recomenda uma relação mínima de 8% entre o Patrimônio de Referência (PR) e o Patrimônio Líquido Exigido (PLE).
O Índice de Basiléia surgiu em 1988 em Basileia, na Suíça, através de um grupo de economistas de diferentes regiões do mundo.
Que sentiram a necessidade de criar um indicador que avaliasse o quanto os bancos estavam se expondo a risco no mercado, em comparação com o capital aportado pelos donos da instituição.
Atualmente no Brasil, o percentual exigido para o Índice de Basiléia pelas instituições financeiras é de 11%, exceto para os bancos cooperativos, em que a exigência mínima é de 13%.
Fórmula do Índice de Basiléia
Como calcular o Índice de Basiléia
Vamos realizar um exemplo prático para calcular o Índice de Basiléia, a partir das Demonstrações Contábeis do Banco Itaú (ITUB3).
Diferente do que muitas pessoas pensam, o Índice de Basiléia pode ser calculado de uma maneira fácil.
De acordo com o Banco Central (BC), para realizar o cálculo, é necessário apenas o valor exato do Patrimônio de Referência (PR), e do Patrimônio Líquido Exigido (PLE).
Assim, quanto maior o Índice de Basiléia de um banco, menor é o risco que ele apresenta.
O Patrimônio de Referência é utilizado para verificar o cumprimento dos limites operacionais impostos pelo BACEN, sendo composto pelo:
- Capital Principal composto por ações e lucros retidos;
- Capital Complementar composto por instrumentos de caráter perpétuo que atendam a requisitos de elegibilidade;
- Nível II composto por instrumentos de dívida subordinada de vencimento definido que atendam a requisitos de elegibilidade.
Como exemplo buscamos o Patrimônio de Referência (PR) do Banco Itaú, referente às suas operações do 1t20.
Agora vamos buscar o Patrimônio Líquido Exigido (PLE), nas Demonstrações Financeiras do Banco Itaú.
O Patrimônio Líquido Exigido (PLE) engloba o risco decorrente da exposição das operações registradas nos demonstrativos contábeis das instituições Financeiras, à variação das taxas de juros praticadas no mercado.
Ele pode ser encontrado através do total de Ativos Ponderados de Risco (RWA), sendo composto pelo risco de crédito, risco de mercado e risco operacional.
Ativos Ponderados pelo Risco (RWA) do Banco Itaú
Desta forma, temos o valor de R$ 1.043.517 trilhão para os Ativos Ponderados pelo Risco (RWA) do Banco Itaú.
A partir das Demonstrações Contábeis do Banco Itaú, chegamos aos seguintes valores para realizar o cálculo do Índice de Basiléia (IB):
Dividindo o Patrimônio de Referência (PR) pelos Ativos Ponderados pelo Risco (RWA), chegamos a um Índice de Basiléia de 13,3% para o Banco Itaú.
Acordo de Basiléia
Através do comitê de Basiléia foram denidos 3 acordos para a regulamentação bancária conhecidos como Basiléia I, Basiléia II e Basiléia III:
Basiléia I
O Basiléia I foi o primeiro acordo criado durante a convenção de 1988 anteriormente conhecido como International Convergence of Capital Measurement and Capital Standards.
Basiléia II
O Basiléia II foi criado em 2004, no intuito de reforçar as metodologias implementadas na Basiléia I.
Basiléia III
O Basiléia III foi criado após a crise de 2008, onde várias instituições Financeira foram quebradas prejudicando as economias de diversos países do mundo. Assim o Basiléia III foi criado em 2010, tendo como principais objetivos o fortalecimento das regulamentações globais sobre capital e liquidez. Com o intuito de promover um setor bancário mais resiliente e aprimorado na capacidade de absorver os choques provenientes de tensões financeiras e econômicas.
Conclusão
Neste artigo vimos como o Índice de Basiléia é um ótimo instrumento utilizado pelo Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Sendo capaz de analisar a saúde das instituições Financeiras como bancos, corretoras de valores e Financeiras.
Ele traz diversos benefícios para os investidores como regular risco e rentabilidade de um investimento, contribuir na análise fundamentalista dos bancos. Através do Índice de Basiléia é possível descobrir quais são os melhores bancos listados na bovespa.
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